O Paulo Sérgio mandou aqui, gostaria de ouvir o Paraíso se a família do Cabo Bruno poderia entrar com ação contra a emissora que passou a mostrar a rotina que ele tinha aqui fora. Não sei quem é Cabo Bruno, não sei do que esse.

Cara tá falando. Cabo Bruno é aquele que... Que... É... Foi preso, o cara falava que era pé de.

Pato, mantador. Não, vamos lá, olha o que aconteceu, né? Agora falando como advogado. Quando você, quando você quer entrar com uma ação contra o Estado, a primeira coisa é se houve um dano, qual o dano que ele sofreu? No caso dele houve um dano. O dano para a família foi o que? A morte. Ele morreu. Então o Estado, se houve um dano, o dano foi a morte, nós temos.

Que provar. Reparar o dano.

Pra reparar a reparação de dano. A Constituição Federal, ela garante a reparação de dano. Só que tem outra coisa também. O Estado vai te cobrar se você não colaborou pra esse dano. E o que fez o Cabo Bruno? Quando ele saiu, imagina, ele ficou muitos anos preso. E aí o cara sai o que? Financeiramente o que? Quebrado. Então ele começou a usar a imagem dele pra falar que ia lançar livro, pra falar que agora ele era pastor, começou a dar entrevista, começou a subir em tudo que era... Tinha um... Qualquer lugarzinho que tinha um degrauzinho mais alto ele subia.

Ele deu causa, né?

Você tá entendendo? Então tem esse outro lado também. Houve um dano. A morte pra família. Esse dano não tem o que falar. Não tem como reparar. O dinheiro não repara, mas ajuda o sofrimento. Agora, o Estado vai cobrar se ele ajudou a causar esse dano. E o que ele fez? Ele começou a aparecer muito. E rapidamente identificaram onde ele estava. E ele é uma... Pra você que não conhecia eles, Nari, esse cara é um dos caras mais famosos da história da polícia militar. Exatamente. O Cabo Bruno, pra quem não sabe ele ficou preso no Romão Gomes e numa fuga ele baleou um policial.

Em uma das fugas, né?

Em uma das fugas dele, ele baleou um policial no pescoço, cara. Então ele abandonou a carreira de policial e se tornou um criminoso. Atirar no polícia é o que? É o que? O cara que.

Atirou na polícia? Vagabundo, criminoso, se tornou um criminoso.

Ele se tornou um criminoso, ele atirou.

No próprio... Mas ele foi preso por quê?

Homicídio.

Homicídio, na época chamava pé de.

Pato, ele era matador, ele.

Era polícia, mas era contratado pra matar.

Era não, então, ele era polícia, aí que aconteceu, os comerciantes contratavam ele pra ele eliminar algumas peças, entendeu?

Então ele matou bastante?

Bastante gente, ele ficou muito famoso, então ele ficou famoso, saiu mostrando a cara pra todo mundo, crime organizado, acharam ele com muita facilidade e outro, ele matou muita gente, então a vingança ela é.

Tem, tem números assim?

Ah, é difícil, hein? Mas é.

Muita gente. Mas que saiu na mídia assim, nada?

É muita gente, não tô, não posso falar o número, mas você tem uma noção ele ficou famoso numa época que não tinha internet. Você tem noção que uma pessoa ficava famosa, sem internet?

Hoje, hoje vem um convidado aqui, ele fala um negócio, você faz um corte, um milhão de pessoas assistem. Exatamente. Naquela época não tinha isso.

Não tinha.

A mídia escolhia quem seria famoso, quem não seria, tal, era assim que funcionava. E ele ficou muito famoso. E aí você entendeu, então, se houve um dano pra família, ela pode recorrer, independente de qualquer coisa, ela pode recorrer, mas o Estado vai querer provar que ele pode ter sido causador desse dano. Como uma das formas que é essa que eu te falei, que ele tava aparecendo demais. Você ligava a televisão, o cara perguntava na rua. Falava "Ah, mas agora eu sou pastor, venha pra minha igreja" e chocou a sociedade. Pô, o cara começou matando todo mundo, agora ele tá falando que vai salvar porque ele virou pastor. Porque ele casou com uma moça da igreja, né? Começou a visitar ele lá e tal. Ele acabou casando.

Também quem se lascou nessa daí de achar que o ladrão esquece foi o Pedrinho Matador, né?