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O cara colocou a ideia para amarrar o policial.

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Não é, velho. Ou você é cagueta ou você vai se fuder junto com o cara. Exatamente. Porra, mano. O que eu tenho a ver com a merda que o cara está fazendo? Prende o cara, velho.

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Vai prender o cara e vai prender você por causa da cagada que o cara fez.

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Você é de obrigação de evitar. Como é que eu vou evitar? O cara é maior de idade, o cara presta o concurso. O cara foi aprovado pelo mundo de corpo de psicólogos aí que diz que o cara tinha aptidão para ser polícia. Eu aqui, eu não, pô. Então isso me chateia, na O cara manda aném maral, o cara está mandando aném para nós esquecer. Sabe, isso me chateia na polícia. E aí a gente vai... Tem que se policiar, não. Tem que se policiar. E não dá para você responder pelos outros. E aqui se responde pelos outros, pelo que os outros falam, pelo que os outros fazem. Entendeu? Ocorrência do capitão... Da pedrada. O capitão Coronel Carvalho.

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Na época era capitão, não é?

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Na época era capitão, capitão, estrutor de pop. A gente gostava muito da instrução dele, que era tudo realidade mesmo ali, o negócio que... Não era o cara que contava piada contando História para a gente lá. O cara contava o que vivia na rua mesmo. Depois, você começa a estudar a História do cara, você vê: Não, cara, é isso mesmo. Vamos lá. 17º Pelotão, 4ª CIA, Chivunque. Chivunque. Entendeu? É poucas ideias.

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Sempre teve Chivunque, cara.

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Sempre teve, mano. Tem jeito. O que é Chivunque?

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Chivunque é tipo apelido que dava o pelotão.

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É o apelido da companhia. É O apelido da CIA.

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Eu não sei o que quer dizer Chivunque, mas deve ser uma coisa legal. É, deve ser.

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Ninguém sabe, nem quem inventou sabe. Ninguém inventou, sabe.

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Vou ver agora. Tipo assim, mano, aqui é o pelotão Chivunque. Caralho, pelotão Chivunque. Nem sabia o que era a porra de Chivunque.Chivunque?Chivunque.Com.

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O C-H-I? Não, eu acho que é S-H, não é? Não é C-H, C-H-I. Chivunque. C-mudo.

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Chivunque?

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Acho que é C-K no final, não lembro. Chivunque, cheiro. Ah, é porque é cachorro, faro. Faro, cachorro. O símbolo é cachorro, é isso mesmo.

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Que é o Chivunque militar.

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Isso.

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Chivunque significa 30% de capacidade que o cérebro humano possui, mas não usa ou ainda o último gás de corpo que é exposto à exaustão. Assim, as atividades começaram a serem intensificadas ao longo da semana.

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É tipo regaço. É, trabalhar O limite do cérebro. O limite do cérebro. O limite do cérebro é 30% que muita gente não usa.

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Boa.

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Legal. Também não sabia.

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O gasto usa, para falar merda, mas...

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Mando ver, mano. Meus 30% é regaço.

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Instrução de pop. O capitão Carvalho, na ocasião... Pessoal, vamos lá em cima, lá no pátio de desfile. Tem uma casinha do lado lá. Começou. E a instrução nesse dia era: como você vai fazer para socorrer o seu amigo baleado, ferido, incapacitado de se locomover? Como você pega, joga ele nas costas, sai andando? Porra, legal, importante essa instrução, é importantíssima. E todo mundo lá, vai no CAP, porque o capitão, mano, ele era Billy, ele era lenda lá no Impirituva, lenda, lenda. E aí, o pessoal ia lá, pegava, jogava o parceiro nas costas, o capitão ia lá, pegava monte de pedras e começava a jogar nos Mike: Você vai morrer, seu vacilão.

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Para dar aquela impressão de realidade. Não, dá a copilha no cara: você vai morrer, seu vacilão, não sei o quê, e você é trouxa, você vai morrer.

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E aí o cara vinha, largava o amigo e vai outro: e de novo, você vai morrer. E jogando pedra nos Mike, o Mike com o cara nas costas, correndo com a arma na mão, e ele jogando pedra. E eu ali olhando, eu falei: Qual o objetivo dessa merda, cara? Ele quer ensinar o quê com isso, mano? Que eu não via fundamento, velho. Mano, eu sempre fui meio questionador. Acho que é isso, por isso que eu sempre me lasquei às vezes também, entendeu, velho? Não, mano, é foda, mano. O cara é questionador. Você não questiona, você cumpre. Ponto final. Entendeu? Aí, chegou minha vez, fui lá, peguei o cara, joguei nas costas. Tu saindo, ele jogando pedra em mim, jogando pedra, e sobrou o mundo pelotão, o último. E aí, ele foi fazer a instrução. Pessoal, presta atenção nos movimentos que eu vou fazer, que aí você tira as dúvidas, depois pergunta, aí ele foi, ele foi lá e jogou o cara nas costas.

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Aí tomou em pedrada.

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Fui lá e enchei a mão de pedra e, você vai morrer, seu cuzão, você vai morrer, seu cu, eu não vou não, cu é você, e começou a discussão em ele, ele começou a me chamar de cu, eu: Você é cu, e jogava a pedra nele. E eu falei: agora ele vai falar qual o objetivo.

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E ficou nisso mesmo, eu falei: caralho, mano, qual o objetivo, o capitão, e aí?

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Não, é só para poupir, vocês, para ver onde vocês vão, se vocês travam, se não travam. Falei: legal, beleza, para. Claro que eu não sou otário, não é, Joe? Eu tenho cara de bobo, jeito de andar de bobo, mas a gente não é bobo. Final da instrução, o capitão, O capitão só tem cara e jeito de andar, só, não é, meu? Capitão, queria só deixar explanado aí que meu objetivo não foi expor o senhor, e de fato, não foi mesmo. Lógico. Só queria entender o conteúdo da instrução aqui, entendeu?

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Me já na hora certa é ser lingeiro, não é, irmão?

[00:05:13]

Você entendeu? Porra. Aí ele: Não, perfeito, é isso mesmo, Xavier. É muita dúvida que muita gente tinha aqui, e o pessoal não pergunta. E eu perguntava tudo, velho. Aí foi essa ocorrência, mano, os caras rachavam o bico. Quando eu comecei a jogar a pedra no capitão, tinha cara que rolava no chão de rir, os cara não acreditava, os cara Mano, você é maluco, mano. Mano, uma coisa eu aprendi na PM, velho. Você só não pode desrespeitar. É, exatamente. Você só não pode desrespeitar, cara. O respeito é uma via de mão dupla, irmão. Você pode perguntar, se o cara quer responder ou não, é problema dele. Mas você pode perguntar, você pode questionar.

[00:05:48]

E está sempre com o respeito, não é, irmão?

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Com o respeito, cabe em qualquer lugar e você consegue tudo. A gente tem, hoje não mais, hoje não mais, hoje já mudou muito esse negócio na PM. Hoje, os oficiais são diferentes, mudou, os caras têm uma outra visão, trata a gente melhor, a gente é mais acessível, consegue chegar mais no oficial. Antigamente, os caras falam, os antigos falam que a gente não conseguia falar com o sargento.

[00:06:13]

Com o cabo, já era uma tortura.

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Hoje, a porta do Major, do Subcomandante de Batalhão está aberta para a gente.

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A Cabro Roberta, que veio ontem, falou abraço, beijo para Cabro Roberta aí. E ela falou, antigamente, você falar com o sargento era uma tortura, imagina com oficial.

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Eu não sei o que os caras pensavam antes, e também como que era o comportamento dos praças antes, mas, meu, todo mundo reconhece a autoridade do oficial. O cara não precisa ser ignorante, não precisa ser bruto, rispido com a gente. Todo mundo sabe qual autoridade, sabe, velho.

[00:06:43]

O cara que é ignorante, irmão, que fica muito pesado naquela porra daquela estrela dele, é cara que não tem carácter, irmão. Porque o cara que tem carácter, ele não precisa usar o posto dele para mandar você... O simples fato dele estar ali, dele comandar, o fato dele comandar, você já vai respeitar o cara.

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O que não pode é ter polícia que não aceita isso. Não, mas se não aceita, está no lugar errado. Eu vejo que tem.